10 de fevereiro de 2008

Sucesso Programado

A tática do SBT de divulgar Lalola como uma novidade sem precedentes deu certo. Mesmo não sendo tão novidade assim, já que a produção foi exibida na Argentina e em outros países da América do Sul, a novela estreou bem no Ibope, com média de 11 pontos. No decorrer da semana, perdeu audiência e ficou na casa dos seis pontos, mas mesmo assim aumentou a média do horário, que ficava na casa dos quatro pontos com Amigas e Rivais e Chiquititas. A novela, que se tornou um fenômeno de audiência em seu país, investe no humor para contar a história de Lalo (Juan Gil Navarro), um mulherengo que é chefe de uma revista voltada para o público masculino. Romina (Marcela Kloosterboer), mais uma das conquistas de Lalo, não aceita o fato de ter sido descartada. Por isso, ela pede que uma feiticeira o transforme em uma mulher para que ele sofra com o assédio de cafajestes como ele. O feitiço funciona, e Lalo acorda Lola (Carla Peterson). Desesperado, ele conta apenas com a ajuda de Grace (Muriel Santa Ana), sua melhor amiga. Para continuar trabalhando, Lola diz que Lalo viajou e a deixou em seu lugar. Mas logo de cara Lola se envolve com Fernando (Luciano Castro), colega de trabalho numa editora. As situações, o tipo de humor da novela e até um certo amadorismo da produção e dos diálogos trazem à memória Betty, A feia, sucesso colombiano que se tornou um fenômeno também no Brasil, em 2002. “Realmente, Lalola tem semelhanças com Betty e Pedro, o escamoso, principalmente no aspecto cômico”, afirma Nilson Xavier, especialista em TV e autor do Almanaque da telenovela brasileira. Xavier ressalta a diferença da trama em relação às produções nacionais. “É uma trama mais fácil, porque tem poucas histórias paralelas”, diz. Para ele, a produção poderá ter sucesso, mas há um porém: as constantes mudanças de horário na programação do SBT. “Novela é hábito. Não adianta ligar a TV no horário e estar passando outra coisa.”

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